Prezados
Colegas e alunos
Espero
que estejam bem e com saúde!
A minha postagem hoje trata de um assunto complexo e não muito discutido.
Muitos familiares e pacientes com esclerose lateral amiotrófica (ELA) têm
vivido na clínica da nossa universidade e por isso resolvi desenvolver o tema Cuidados
Paliativos – Cuidando de pacientes em fase terminal nesta postagem
O paciente sem possibilidades terapêuticas de cura na sua fase terminal, e ou durante todo o período da doença, apresenta fragilidades e limitações de natureza física, psicológica, social. A partir disto, surge a ideia a de que não há mais nada a se fazer pelo paciente sem possibilidades de cura, todavia há a necessidade de diversos cuidados e neste sentido, a atuação da equipe multiprofissional é primordial e indispensável para proporcionar o máximo de conforto ao paciente, ajudando-o a vivenciar o processo de vida e o processos de morrer com dignidade utilizando-se dos seus direitos da melhor forma possível, o tempo que lhe é possível.
Diante desta nova visão, surgiu a necessidade de um modo específico de cuidar. A Organização Mundial de Saúde (http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs402/en/ ) definiu então um conceito denominado de Cuidados Paliativos, que são cuidados ativos e totais ao paciente cuja doença não responde mais ao tratamento curativo. É uma abordagem de cuidado diferenciado que visa melhorar a qualidade de vida do paciente, dos seus familiares avaliando e tratando os sinais e sintomas da doença, além de proporcionar suporte psicossocial e espiritual. Este tipo de cuidado deve ser integral e humanizado, empregando a comunicação verbal e não-verbal.
No passado tratávamos os doentes enquanto se considerava a possibilidade de cura e quando isto se esgotava havia o aconselhamento para família levar o paciente para morrer em casa e em paz, todavia muitas pessoas morriam no meio de sofrimentos horríveis.
Atualmente os cuidados paliativos começaram a ser oferecido amplamente e de forma mais integrada em serviços de saúde. A maioria das mortes ocorre entre pessoas que são mais velhos e há relativamente pouca política especificas para o fim da vida. Populações em todo o mundo estão envelhecendo, levando a um aumento dramático no número de pessoas que vivem mais tempo e o padrão de doenças nos últimos anos de vida também vem mudando, com mais pessoas morrendo de doenças crônicas debilitantes como as doenças cardiovasculares, cerebrovasculares, doenças pulmonares obstrutivas, diabetes, esclerose lateral amiotrófica (ELA), cânceres e demência. Muitas destas doenças entre os idosos e este grupo frequentemente experimenta um conjunto de problemas de saúde e deficiência.
Recentemente a ciência resolveu assumir a responsabilidade que o compromisso dos profissionais da saúde só termina com a morte do paciente, quer ele esteja em casa, clínicas, asilos, casa de repouso ou no hospital. Esta nova concepção de atendimento a estes doentes determinou o surgimento da especialidade em cuidados paliativos cujo objetivo é aliviar o sofrimento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes com doença ativa e progressiva com prognostico de morte.
Os cuidados paliativos devem incluir investigações para o melhor entendimento e manejo de complicações e sintomas relacionados ao tratamento e à evolução da doença. Apesar da conotação passiva e negativa do termo paliativo, a abordagem e deste tratamento deve ser positivo e ativo.
Os profissionais devem tratar o doente e não mais de sua doença, assistindo suas necessidades e sintomas, do ponto de vista físico, vista emocional, social e espiritual, além de olhar para a família, para o cuidador durante todo o processo e também depois da morte.
Normalmente uma equipe de cuidados paliativos é composta por médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, nutricionistas, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos. Cada profissional desta equipe utiliza suas competências para dar uma melhor qualidade de vida e de morte para estes pacientes.
Os objetivos dos cuidados paliativos são: aliviar para dor, a astenia, a anorexia, a dispneia; reafirmar vida e a morte como processos naturais; não apressar ou adiar a morte; oferecer um suporte de apoio familiar para lidar com a doença do paciente e suas consequências na vida diária; oferecer uma abordagem interdisciplinar para acessar necessidades clínicas e psicossociais dos pacientes e suas famílias, incluindo aconselhamento e suporte ao luto;
Os pontos considerados fundamentais no tratamento são: a unidade de tratamento compreende o paciente e sua família; os sinais e sintomas do paciente devem ser avaliados rotineiramente e gerenciados de forma eficaz através de consultas frequentes e intervenções ativas; as decisões relacionadas à assistência e aos tratamentos devem ser feitos com base em princípios éticos. Os cuidados paliativos devem ser fornecidos em todas as suas dimensões, na definição e condução dos tratamentos farmacológicos e não farmacológicos imprescindíveis para o controle de todo e qualquer sintoma.
A comunicação adequada entre equipe de saúde e familiares e pacientes é a base para o esclarecimento e favorecimento da adesão ao tratamento e aceitação da proximidade da morte.
Dentre os diversos sinais e sintomas que se deve anemizar são: a dor, a fadiga, a falta de ar, as náuseas, os vômitos, a perda de apetite, o emagrecimento, as escaras, as infecções, a febre, a depressão, a angústia, o medo e a solidão dentre vários outros problemas.
Um ponto ainda nevrálgico nesta área da ciência é a falta de habilidades e conhecimentos por de vários profissionais no que se refere à comunicação com o paciente sem possibilidades de cura. A falta de comunicação determina o distanciamento do profissional com o paciente tornando-se um problema preocupante devido ao contato direto, diário, constante durante sua estadia na instituição terapêutica. Este tópico é muitas vezes negligenciado, embora seja muito relevante.
Ainda há muita dificuldade de comunicação entre os profissionais e o paciente. Muitas vezes a família e o doente não conseguem entender o processo que estão vivendo e, por isso ouvir todos os problemas, por mais simples que sejam, é muito importante. É preciso compreender as histórias da doença, da vida, a cultura em que tudo está inserido. Toda equipe deve estar atenta às características e condições do doente e sua família discutindo entre si sem sobreposição de poderes.
Os profissionais envolvidos devem ser capazes de realizar abordagens que permitam entender o doente como ser humano e colocar-se no lugar dele. Muitos doentes e familiares percebem quando sua vida está chegando ao fim e neste período, é importante ouvir os desejos e as necessidades e tranquilizando o máximo possível todos os envolvidos. O melhor local da morte tem quer ser discutido e deve oferecer as condições apropriadas de assistência. Muitos ainda procuram os hospitais para morrer, porque a maioria dos serviços não consegue oferecer o apoio adequado para que a morte ocorra em casa.
Os hospitais ainda não estão adequados para receberem doentes terminais porque não tem estrutura física e funcional para manter o convívio do paciente com sua família. A tecnologia melhorou muito os tratamentos, porém desumanizou o ambiente.
Os cuidados paliativos também objetivam utilizar a tecnologia para resgatar o lado humano que existe dentro dos profissionais, pois a função da equipe de cuidados paliativos é ajudar o doente, a família entenderem a evolução da doença e em que estágio o paciente se encontra.
A pérola fisioterapêutica desta postagem norteia-se em:
A fisioterapia tem uma participação importante nos cuidados paliativos porque tem conhecimentos, habilidades, métodos e recursos importantes para a avaliação e tratamento do doente.
O fisioterapeuta atua na diminuição das dores, na diminuição dos encurtamentos e contratura musculares, nas alterações pulmonares como a atelectasia, a dispneia o acúmulo de secreções. Melhora padrões ventilatórios e conscientização diafragmática; realiza orientação postural; realiza técnicas de relaxamento; diminui déficits motores, de um segmento ou global.
A terapia se utiliza de movimentos como forma de tratamento favorecendo a mobilidade melhorando o desempenho funcional dos segmentos corporais, a força, o tônus e o trofismo muscular. Estimula a propriocepção articular, a amplitude articular, a resistência à fadiga, o treino de equilíbrio, a coordenação, o treino de marcha e as mudanças frequentes de decúbito de decúbito.
A utilização de órteses permite estabilização e posicionamento prevenindo deformidades, fraturas, dor, limitação da mobilidade muscular e articular. A eletroterapia é uma terapêutica que traz alívio de dor dos pacientes. As modificações ambientais e a utilização de músicas, as brincadeiras, livros, jogos, brinquedos, no tratamento pediátrico melhora a adesão
A fisioterapia deve ser for iniciada o mais breve possível para o retardamento da dependência funcional do paciente.
Por hoje é isto!
Espero que você possa pensar neste assunto, utilizar em seus pacientes e fazer suas considerações deixando um comentário e compartilhando este post.
Um abraço fisioterapêutico.
Augusto Cesinando
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