segunda-feira, 28 de julho de 2014

Preocupação com a mobilidade responsável pela funcionalidade de hemiplégicos


Prezados Colegas,
Espero que estejam bem e com saúde!

Esta postagem trata do porquê que um fisioterapeuta deve se preocupar com a mobilidade responsável pela funcionalidade diária de um paciente hemiplégico.

Durante a avaliação de um paciente deve se questionar como ele realiza os movimentos responsáveis pelas atividades funcionais, pois é neste momento que se obtém informações do paciente e de sua família sobre o comportamento funcional frente ao déficit de mobilidade determinado pelo acidente vascular encefálico (AVE). O Índice de Barthel Modificado (IBM) é uma escala que pode facilitar esta avaliação.

O IBM dá condições de analisar a independência funcional no cuidado pessoal, mobilidade, locomoção e cada item é pontuado de acordo com o desempenho do paciente em realizar tarefas de forma independente, com alguma ajuda ou de forma dependente. Uma pontuação geral é formada atribuindo-se pontos em cada categoria, a depender do tempo e da assistência necessária a cada paciente. A pontuação varia de 0 a 50, em intervalos de cinco pontos e as pontuações mais elevadas indicam maior independência. A versão utilizada avalia a independência funcional em dez tarefas: alimentação, banho, vestuário, higiene pessoal, controle de esfíncter intestinal, controle de esfíncter vesical, uso do vaso sanitário, transferência cadeira-cama, deambulação e escadas.

ÍNDICE DE BARTHEL MODIFICADO

1. Alimentação

1.   Dependente. Precisa ser alimentado.
2.   Assistência ativa durante toda tarefa.
3.   Supervisão na refeição e assistência para tarefas associadas (sal, manteiga, fazer o prato).
4.   Independente, exceto para tarefas complexas como cortar a carne e abrir leite.
5.   Independente. Come sozinho, quando se põe a comida ao seu alcance. Deve ser capaz de fazer as ajudas técnicas quando necessário.
                                                                                                   Subtotal:
2. Higiene Pessoal
1.   Dependente. Incapaz de encarregar-se da higiene pessoal.
2.   Alguma assistência em todos os passos das tarefas.
3.   Alguma assistência em um ou mais passos das tarefas.
4.   Assistência mínima antes e/ou depois das tarefas.
5.   Independente para todas as tarefas como lavar seu rosto e mãos, pentear-se, escovar os dentes, e fazer a barba. Inclusive usar um barbeador elétrico ou de lâmina, colocar a lâmina ou ligar o barbeador, assim como alcançá-las no armário. As mulheres devem conseguir se maquiar e fazer penteados, se usar.
                                                                                                   Subtotal:

3. Uso do banheiro

1.   Dependente. Incapaz de realizar esta tarefa. Não participa.
2.   Assistência em todos os aspectos das tarefas.
3.   Assistência em alguns aspectos como nas transferências, manuseio das roupas, limpar-se, lavar as mãos.
4.   Independente com supervisão. Pode utilizar qualquer barra na parede ou qualquer suporte se o necessitar. Uso de urinol à noite, mas não é capaz de esvaziá-lo e limpá-lo.
5.   Independente em todos os passos. Se for necessário o uso de urinol, deve ser capaz de colocá-lo, esvaziá-lo e limpá-lo.
                                                                                                   Subtotal:

4. Banho

1.   Dependente em todos os passos. Não participa.
2.   Assistência em todos os aspectos.
3.   Assistência em alguns passos como a transferência, para lavar ou enxugar ou para completar algumas tarefas.
4.   Supervisão para segurança, ajustar temperatura ou na transferência.
5.   Independente. Deve ser capaz de executar todos os passos necessários sem que nenhuma outra pessoa esteja presente.
                                                                                                   Subtotal:
5. Continência do esfíncter anal.
1.   Incontinente.
2.   Assistência para assumir a posição apropriada e para as técnicas facilitatórias de evacuação.
3.   Assistência para uso das técnicas facilitatórias e para limpar-se. Freqüentemente tem evacuações acidentais.
4.   Supervisão ou ajuda para por o supositório ou enema. Tem algum acidente ocasional.
5.   O paciente é capaz de controlar o esfíncter anal sem acidentes. Pode usar um supositório ou enemas quando for necessário.
                                                                                                   Subtotal:

6. Continência do esfíncter vesical

1.   Incontinente. Uso de caráter interno.
2.   Incontinente, mas capaz de ajudar com um dispositivo interno ou externo.
3.   Permanece seco durante o dia, mas não à noite, necessitando de assistência de dispositivos.
4.   Tem apenas acidentes ocasionais. Necessita de ajuda para manusear o dispositivo interno ou externo (sonda ou catéter). 
5.   Capaz de controlar seu esfíncter de dia e de noite. Independente no manejo dos dispositivos internos e externos.
                                                                                                   Subtotal:

7. Vestir-se

1.   Incapaz de vestir-se sozinho. Não participa da tarefa.
2.   Assistência em todos os aspectos, mas participa de alguma forma.
3.   Assistência é requerida para colocar e/ou remover alguma roupa.
4.   Assistência apenas para fechar botões, zíperes, amarrar sapatos, sutiã, etc.
5.   O paciente pode vestir-se, ajustar-se e abotoar toda a roupa e dar laço (inclui o uso de adaptações). Esta atividade inclui o colocar de órteses. Podem usar suspensórios, calçadeiras ou roupas abertas.
                                                                                                   Subtotal:
8. Transferências (cama e cadeira)
1.   Dependente. Não participa da transferência. Necessita de ajuda (duas pessoas).
2.   Participa da transferência, mas necessita de ajuda máxima em todos os aspectos da transferência.
3.   Assistência em algum dos passos desta atividade.
4.   Precisa ser supervisionado ou recordado de um ou mais passos.
5.   Independente em todas as fases desta atividade. o paciente pode aproximar da cama ( com sua cadeira de rodas ), bloquear a cadeira, levantar os pedais, passar de forma segura para a cama, virar-se, sentar-se na cama, mudar de posição a cadeira de rodas, se for necessário para voltar e sentar-se nela e voltar à cadeira de rodas.
                                                                                                   Subtotal:

9. Subir e descer escadas

1.   Incapaz de usar degraus.
2.   Assistência em todos os aspectos.
3.   Sobe e desce, mas precisa de assistência durante alguns passos desta tarefa.
4.   Necessita de supervisão para segurança ou em situações de risco.
5.   Capaz de subir e descer escadas de forma segura e sem supervisão. Pode usar corrimão, bengalas e muletas, se for necessário. Deve ser capaz de levar o auxílio tanto ao subir quanto ao descer.
                                                                                                   Subtotal:

10. Deambulação

1.   Dependente na deambulação. Não participa.
2.   Assistência por uma ou mais pessoas durante toda a deambulação.
3.   Assistência necessária para alcançar apoio e deambular.
4.   Assistência mínima ou supervisão nas situações de risco ou período durante o percurso de 50 metros.
5.   Independente. Pode caminhar, ao menos 50 metros, sem ajuda ou supervisão. Pode usar órtese, bengalas, andadores ou muletas. Deve ser capaz de bloquear e desbloquear as órteses, levantar-se e sentar-se utilizando as correspondentes ajudas técnicas e colocar os auxílios necessários na posição de uso.
                                                                                                   Subtotal:
10-A. Manuseio da cadeira de rodas (Alternativo para deambulação)
1.   Dependente na deambulação em cadeira de rodas.
2.   Propulsiona a cadeira por curtas distâncias, superfícies planas. Assistência em todo o manejo da cadeira.
3.   Assistência para manipular a cadeira para a mesa, cama, banheiro, etc.
4.   Propulsiona em terrenos irregulares. Assistência mínima em subir e descer degraus, guias.
5.   Independente no uso de cadeira de rodas. Faz as manobras necessárias para se deslocar e propulsiona a cadeira por pelo menos 50 metros.
                                                                                                   Subtotal:
                                                                                      Total de pontos:

Fontes:
1) CARRILO, M. D. V.; GARCIA, M. F.; BLANCO, I. S. Escalas de actividade de la vida diaria. Rehabilitación. v. 28, n. 6, p. 377-388, 1994; 2) CHAGAS, E. F. Proposta de avaliação da simetria e transferência de peso e a relação desta condição com a atividade funcional do hemiplégico. 1999. 127f. Dissertação (Mestrado) - Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas; 3) SHAH, S.; VANCLAY, F.; COOPER, B. Improving the sensitivity of the Barthel index for stroke rehabilitation. J. Clin Epidemiol, v. 42, n. 8, p. 703-709, 1989.

Muitas vezes observa-se que a família não permite ou protege o paciente das atividades das quais ele é capaz ou parcialmente capaz. Muitas famílias não retornam a rotina, como a de servir almoço na mesa da cozinha dando a alimentação na cama ou mesmo servindo na boca, além disso, durante o banho o paciente não participa da sua higiene, ficando ao cuidador realizar todas as tarefas. Muitos pacientes passam a maior parte do tempo sentados em sofás em frente à televisão ou em suas camas impedindo todas as suas experiências funcionais, podendo determinar uma sequela irrecuperável.

O fisioterapeuta deve lembrar a família e o cuidador que ainda que se gaste mais tempo quando o paciente realiza as atividades, cada movimento é muito importante para a recuperação das atividades gerais.

A falta de experiência que uma família tem quando um parente tem um AVE é nítida, pois as pessoas querem fazer tudo para o paciente. Isto é muito importante na fase aguda, todavia, isto não pode perdurar por semanas, pois o retorno das funções devem ser estimuladas já nas primeiras semanas, já que o retorno funcional deve ocorrer nos primeiros meses.

O medo da queda é um dos fatores que parece ser determinante para que as famílias façam todas as atividades para o paciente, associado ao cuidado excessivo por falta de orientação. A perda motora de um hemicorpo deve ser considerada e o paciente realmente precisa ser protegido e auxiliado. Porém, quando se observa o mínimo de movimentos deve-se estimular e propor tarefas e objetivos a serem alcançados.

Durante avaliação o fisioterapeuta deve explicar a importância de cada item avaliado e dar orientações de como vencer os obstáculos para melhorar o déficit apresentado com exercícios terapêuticos diários.

O índice deve ser visto como um ótimo roteiro de orientação e o fisioterapeuta pode criar suas atividades terapêuticas para melhorar os escores de cada item dividindo a responsabilidade com a família e o paciente.

As figuras ilustram alguns itens que são avaliados pelo IBM. Importante lembrar que a terapêutica utilizada pelo fisioterapeuta objetiva dar amplitude de movimento, força muscular, coordenação e equilíbrio para que as funções sejam executadas da melhor forma possível.



Esta avaliação pode ser feita periodicamente com o paciente e o cuidador, demonstrando a evolução dos resultados a cada avaliação e propondo novas tarefas para melhorar estes valores. Além disso, quando se estuda a dificuldade observada em cada item o fisioterapeuta pode propor exercícios que utilizem músculos e articulações responsáveis pela melhora da execução da tarefa deficitária.

Exemplos:

1) Para se sentar num vaso sanitário é necessário ter força muscular em flexores e extensores de quadris e joelhos, e podem ser treinados diariamente longe do vaso sanitário;
2) A fraqueza muscular de músculos da região do ombro e escápula podem dificultar a mobilidade necessária para a higiene pessoal. Uma vez testada a mobilidade e a força muscular, o treinamento destes facilitará a função;
3) O déficit de equilíbrio prejudica o ortostatismo de curto e longo período e o treinamento específico para desta debilidade poderá melhorar atividades funcionais.

A pérola fisioterapêutica desta postagem norteia-se em:

O fisioterapeuta deve fundamentar suas terapêuticas no retorno do movimento  para uma vida funcional adequada, além de conscientizar o paciente e sua família da importância da execução dos exercícios para o retorno funcional.

Por hoje é isto!
Espero que você possa pensar neste assunto e fazer suas considerações deixando um comentário e compartilhando este post.
Um abraço fisioterapêutico.



domingo, 6 de julho de 2014

Escalas Funcionais: Ferramentas norteadoras dos objetivos fisioterapêuticos

Prezados Colegas,
Espero que estejam bem e com saúde!

Esta postagem trata-se sobre a utilização de uma avaliação neurológica fisioterapêutica com um norteador do tratamento. As avaliações podem ser qualitativas ou quantitativas e se complementam. Todo resultado observado nas avaliações podem ser configurados como objetivos a serem tratados e ou esclarecidos ao paciente.

A Escala de Equilíbrio de Berg foi elaborada e validada por Katherine Berg (1989) e objetiva avaliar capacidade dos idosos manterem seu equilíbrio e a sua mobilidade em atividades de vida diária simples e fornece resultados muito preciosos.

ITENS DA ESCALA 
PONTUAÇÕES DA ESCALA 
1. POSIÇÃO SENTADA PARA POSIÇÃO EM PÉ
INSTRUÇÕES: Por favor, levante-se. Tente não usar suas mãos para se apoiar.
4. Capaz de levantar-se sem utilizar as mãos e estabilizar-se independentemente.

3. Capaz de levantar-se independentemente utilizando as mãos.
2. Capaz de levantar-se utilizando as mãos após diversas tentativas.
1. Necessita de ajuda mínima para levantar-se ou estabilizar-se.
0. Necessita de ajuda moderada ou máxima para levantar-se.
2. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO
INSTRUÇÕES: Por favor, fique em pé por 2 minutos sem se apoiar.
4. Capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos.             

3. Capaz de permanecer em pé por 2 minutos com supervisão.
2. Capaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio.
1. Necessita de várias tentativas para permanecer em pé por 30 segundos sem apoio.
0. Incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem apoio.
3. PERMANECER SENTADO SEM APOIO NAS COSTAS, MAS COM OS PÉS APOIADOS NO CHÃO OU NUM BANQUINHO
INSTRUÇÕES: Por favor, fique sentado sem apoiar as costas com os braços cruzados por 2 minutos.
4. Capaz de permanecer sentado com segurança e com firmeza por 2 minutos.

3. Capaz de permanecer sentado por 2 minutos sob supervisão.
2. Capaz de permanecer sentado por 30 segundos.
1. Capaz de permanecer sentado por 10 segundos.
0. Incapaz de permanecer sentado sem apoio durante 10 segundos.
4. POSIÇÃO EM PÉ PARA POSIÇÃO SENTADA
INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se.
4. Senta-se com segurança com uso mínimo das mãos.

3. Controla a descida utilizando as mãos.
2. Utiliza a parte posterior das pernas contra a cadeira para controlar a descida.
1. Senta-se independentemente, mas tem descida sem controle.
0. Necessita de ajuda para sentar-se.
5. TRANSFERÊNCIAS
INSTRUÇÕES: Arrume as cadeiras perpendicularmente ou uma de frente para a outra para uma transferência em pivô. Peça ao paciente para transferir-se de uma cadeira com apoio de braço para uma cadeira sem apoio de braço, e vice-versa. Você poderá utilizar duas cadeiras (uma com e outra sem apoio de braço) ou uma  cama e uma cadeira.
4. Capaz de transferir-se com segurança com uso mínimo das mãos.

3. Capaz de transferir-se com segurança com o uso das mãos.
2. Capaz de transferir-se seguindo orientações verbais e/ou supervisão.
1. Necessita de uma pessoa para ajudar.
0. Necessita de duas pessoas para ajudar ou supervisionar para realizar a tarefa com  segurança.
6. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OS OLHOS FECHADOS
INSTRUÇÕES: Por favor, fique em pé e feche os olhos por 10 segundos.
4. Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com segurança.

3. Capaz de permanecer em pé por 10 segundos com supervisão.
2. Capaz de permanecer em pé por 3 segundos.
1. Incapaz de permanecer com os olhos fechados durante 3 segundos, mas mantem-se em pé.
0. Necessita de ajuda para não cair.
7. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OS PÉS JUNTOS
INSTRUÇÕES: Junte seus pés e fique em pé sem se apoiar.
4. Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com segurança.

3. Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 1 minuto com supervisão.
2. Capaz de posicionar os pés juntos independentemente e permanecer por 30 segundos.
1. Necessita de ajuda para posicionar-se, mas é capaz de permanecer com os pés juntos durante 15 segundos.
0. Necessita de ajuda para posicionar-se e é incapaz de permanecer nessa posição por 15 segundos.
8. ALCANÇAR A FRENTE COM O BRAÇO ESTENDIDO PERMANECENDO EM PÉ
INSTRUÇÕES: Levante o braço a 90º. Estique os dedos e tente alcançar a frente o mais longe possível. (O examinador posiciona a régua no fim da ponta dos dedos quando o braço estiver a 90º. Ao serem esticados para frente, os dedos não devem tocar a régua . A medida a ser registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar quando o paciente se inclina para frente o máximo que ele consegue. Quando possível, peça ao paciente para usar ambos os braços para evitar rotação do tronco).
4. Pode avançar a frente >25 cm com segurança.

3. Pode avançar a frente >12,5 cm com segurança.
2. Pode avançar a frente >5 cm com segurança.
1. Pode avançar a frente, mas necessita de supervisão.
0. Perde o equilíbrio na tentativa, ou necessita de apoio externo.
9. PEGAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DE UMA POSIÇÃO EM PÉ
INSTRUÇÕES: Pegue o sapato/chinelo que está na frente dos seus pés.
4. Capaz de pegar o chinelo com facilidade e segurança.

3. Capaz de pegar o chinelo, mas necessita de supervisão.
2. Incapaz de pegá-lo, mas se estica até ficar a 2-5 cm do chinelo e mantém o equilíbrio independentemente.
1. Incapaz de pegá-lo, necessitando de supervisão enquanto está tentando.
0. Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair.
10. VIRAR-SE E OLHAR PARA TRÁS POR CIMA DOS OMBROS DIREITO E ESQUERDO ENQUANTO PERMANECE EM PÉ
INSTRUÇÕES:  Vire-se para olhar diretamente atrás de você por cima do seu ombro esquerdo sem tirar os pés do chão.  Faça o mesmo por cima do ombro direito. (O examinador poderá pegar um objeto e posicioná-lo diretamente atrás do paciente para estimular o movimento)
4. Olha para trás de ambos os lados com uma boa distribuição do peso.

3. Olha para trás somente de um lado, o lado contrário demonstra menor distribuição do peso.
2. Vira somente para os lados, mas mantém o equilíbrio.
1. Necessita de supervisão para virar.
0. Necessita de ajuda para não perder o equilíbrio ou cair.
11. GIRAR 360 GRAUS
INSTRUÇÕES: Gire-se completamente ao redor de si mesmo. Pausa. Gire-se completamente ao redor de si mesmo em sentido contrário.
4. Capaz de girar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos.

3. Capaz de girar 360 graus com segurança somente para um lado em 4 segundos ou menos.
2. Capaz de girar 360 graus com segurança, mas lentamente.
1. Necessita de supervisão próxima ou orientações verbais.
0. Necessita de ajuda enquanto gira.
12. POSICIONAR OS PÉS ALTERNADAMENTE NO DEGRAU OU BANQUINHO ENQUANTO PERMANECE EM PÉ SEM APOIO
INSTRUÇÕES: Toque cada pé alternadamente no degrau/banquinho.  Continue até que cada pé tenha tocado o degrau/banquinho quatro vezes.
4. Capaz de permanecer em pé independentemente e com segurança, completando 8 movimentos em 20 segundos.

3. Capaz de permanecer em pé independentemente e completar 8 movimentos em > 20 segundos.
2. Capaz de completar 4 movimentos sem ajuda.
1. Capaz de completar >2 movimentos com o mínimo de ajuda.
0. Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair.
13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM UM PÉ À FRENTE
INSTRUÇÕES: (DEMONSTRE PARA O PACIENTE) Coloque um pé diretamente à frente do outro na mesma linha, se você achar que não irá conseguir, coloque o pé um pouco mais à frente do outro pé e levemente para o lado.
4. Capaz de colocar um pé imediatamente à frente do outro, independentemente, e permanecer por 30 segundos.

3. Capaz de colocar um pé um pouco mais à frente do outro e levemente para o lado, independentemente, e permanecer por 30 segundos.
2. Capaz de dar um pequeno passo, independentemente, e permanecer por 30 segundos.
1. Necessita de ajuda para dar o passo, porém permanece por 15 segundos.
0. Perde o equilíbrio ao tentar dar um passo ou ficar de pé.
14. PERMANECER EM PÉ SOBRE UMA PERNA
INSTRUÇÕES: Fique em pé sobre uma perna o máximo que  você puder sem se segurar
4. Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por >10 segundos.

3. Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por 5-10 segundos.
2. Capaz de levantar uma perna independentemente e permanecer por  ≥ 3 segundos.
1. Tenta levantar uma perna, mas é incapaz de permanecer por 3 segundos, embora permaneça em pé independentemente.
0. Incapaz de tentar, ou necessita de ajuda para não cair.

ESCORE TOTAL (Máximo = 56):


INSTRUÇÕES GERAIS:
1- Por favor, demonstrar cada tarefa e/ou dar as instruções como estão descritas.  Ao pontuar, registrar a categoria de resposta mais baixa, que se aplica a cada item. 2- Na maioria dos itens, pede-se ao paciente para manter uma determinada posição durante um tempo específico. Progressivamente mais pontos são deduzidos, se o tempo ou a distância não forem atingidos, se o paciente precisar de supervisão (o examinador necessita ficar bem próximo do paciente) ou fizer uso de apoio externo ou receber ajuda do examinador. Os pacientes devem entender que eles precisam manter o equilíbrio enquanto realizam as tarefas. 3- Os equipamento necessários para realizar os testes são um cronômetro ou um relógio com ponteiro de segundos, uma régua ou outro indicador de: 5; 12,5 e 25 cm. As cadeiras utilizadas para o teste devem ter uma altura adequada. Um banquinho ou uma escada (com degraus de altura padrão) podem ser usados para o item 12.

A escala revela as dificuldades do indivíduo manter-se em equilíbrio em várias posições: a) estar sentado e levantar-se, b) ser capaz de sentar-se, c) fechar os olhos enquanto se mantém de pé, d) colocar o pés juntos enquanto se mantém de pé, e) inclinar para frente dentre outras.

A escala é composta por 14 exercícios que devem ser executados pelo indivíduo e avaliado pelo terapeuta recebendo de 0 (atividade deficitária) a 4 pontos (atividade sem dificuldade). A quantidade de pontos varia de 0 a 56 e pode ser utilizada para avaliar o progresso dos indivíduos a partir da comparação dos pontos obtidos nas avaliações.

Indivíduos que apresentam valores inferiores a 45 pontos estão sujeitos às quedas e, portanto, a escala é uma ferramenta para determinar uma atenção observada. As figuras demonstram alguns dos itens da escala.


É importante ressaltar que a escala permite que o terapeuta saiba exatamente qual atividade que o indivíduo teve um desempenho inadequado e a partir disto, pode organizar exercícios que melhorem a capacidade funcional evitando desequilíbrios ou quedas.
Para executar uma atividade, como por exemplo, levantar de uma cadeira para sentar noutra, pegar um objeto no chão, colocar um pé em frente do outro, requer diversos músculos e estas atividades podem ser mensuradas. A partir das dificuldades observadas durante a avaliação com a escala o fisioterapeuta poderá trabalhar a mesma atividade deficitária como forma de exercício.
Quando um hemiparético é avaliado com uma escala como esta pode-se observar várias dificuldades que precisam ser tratadas para ter uma boa funcionalidade.

A exemplo disto veja o item 12 da Escala onde pede-se para o indivíduo POSICIONAR OS PÉS ALTERNADAMENTE NO DEGRAU OU BANQUINHO ENQUANTO PERMANECE EM PÉ SEM APOIO. Neste item pode-se observar uma dificuldade no levantar o pé parético do chão rumo ao banquinho devido uma fraqueza muscular dos flexores do quadril, extensores de joelho e tornozelo deste lado, ou ainda, quando se pede para que o mesmo exercício seja feito do lado não parético observa-se a dificuldade de manter ou transferir o peso sobre lado parético devido à fraqueza do glúteo médio deste lado. Ambos os exemplos demonstram que há uma necessidade de cuidar dos músculos responsáveis pela atividade funcional. Levantar o pé até um degrau é fundamental para uma vida funcional independente.

A família e o paciente devem ser orientados a repetir em casa os exercícios da escala que não tiveram boa pontuação, para que nas avaliações seguintes possa ser melhor avaliado. Praticar diariamente as atividades deficitárias aprimora o aprendizado e divide a responsabilidade da melhora funcional com o paciente e sua família.

A pérola fisioterapêutica desta postagem baseia-se em:

As avaliações podem ser responsáveis pelo direcionamento das manobras fisioterapêuticas e são ferramentas que devem ser utilizadas para mensurar as melhoras além de, conscientizar os objetivos do tratamento.

Por hoje é isto!
Espero que você possa pensar neste assunto e fazer suas considerações deixando um comentário e compartilhando o post.

Um abraço fisioterapêutico.