Prezados
Colegas,
Espero
que estejam bem e com saúde!
Esta
é minha segunda postagem sobre fisioterapia neurológica. Quando
se inicia o atendimento de um hemiparético se faz necessário considerar diversos
aspectos, por isso, vou ponderar alguns deles:
O
tempo de lesão:
Diversos
autores descrevem que o período de melhora funcional ocorre nos primeiros seis
meses e pode estender até um ano, depois deste período, o paciente entra em uma
fase de estabilização e a melhora torna-se muito discreta.
Diante
disto, o paciente e sua família devem se esforçar muito para obter o máximo das habilidades/capacidades
motoras perdidas pelo acidente vascular encefálico (AVE). A prática domiciliar dos exercícios aprendidos durante as sessões de fisioterapia deve
ocorrer diariamente e o fisioterapeuta deve enfatizar a importância destes exercícios para o
paciente e sua família, além tempo limite para uma boa recuperação da
motricidade voluntária.
Perda
da motricidade voluntária:
A
lesão neuronal pelo AVE determina a perda/déficit de movimentos e, consequentemente, a fraqueza muscular com o encurtamento das fibras musculares e do tecido conjuntivo envoltório e por isso, tem se observado cada vez
mais o fortalecimento muscular na reabilitação do hemiparético.
A
mobilização passiva e a assistida são utilizadas para manter a amplitude
articular, elasticidade muscular e a modulação do tônus.
A espasticidade foi
tida por muito tempo como um sinal que restringia o fortalecimento, todavia, muitos autores têm demonstrado que hemiparéticos com amplitude de movimento relativa e
espasticidade moderada têm apresentado resultados motores funcionais
relevantes.
É
importante ressaltar que a motricidade voluntária após um AVE ocorre
com a repetição de movimentos voluntários e que a introdução
progressiva de carga faz parte do processo de ganho de força muscular. Ressalta-se
ainda, que retirar o pé do chão para iniciar a marcha ou pegar um copo de água exige
força muscular e este aspecto não pode ser desconsiderado.
As
imagens abaixo demonstram o fisioterapeuta facilitando movimentos do membro superior,
tronco e inferior com exercícios passivos, ativos e assistidos.
Estes exercícios facilitam o ressurgimento dos movimentos pós AVE.
O fisioterapeuta
deve solicitar o máximo de atenção do paciente para que o mesmo se esforce para
realizar uma contração muscular ou um movimento ainda que com pequena amplitude.
Estes movimentos devem ser repetidos várias vezes numa sessão e um programa com
os mesmos exercícios deve ser elaborado para proporcionar uma melhor
neuroplasticidade.
Os
movimentos resistidos com corda elástica apresentados no vídeo abaixo representam um tratamento de fortalecimento numa paciente hemipáretica com boa amplitude articular
e espasticidade leve na musculatura tratada (Escala de Ashworth Modificada: 1+).
Inicialmente
foi realizado teste de força muscular e teste de caminhada de 10 metros e em seguida
testou-se a melhor corda elástica para realizar 3 séries de 15 repetições sem
que houvesse fadiga durante o tratamento ou dores no dia seguinte. A
paciente foi orientada realizar os mesmo exercícios com a corda em casa.
As avaliações
periódicas estabeleceram a progressão da resistência da corda.
Um programa de fortalecimento
para os músculos dos membros superiores também foi realizado nesta paciente, todavia
não estão demonstrados no filme.
A
pérola fisioterapêutica desta postagem norteia-se em:
As
manobras fisioterapêuticas passivas, ativas e as assistidas devem ocorrer na
fase inicial após um AVE e tão logo os movimentos ativos surjam deve-se pensar em
formas de fortalecimento muscular.
Um
programa de fortalecimento deve ser estudado e aplicado. As avaliações de força
muscular e avaliações funcionais devem ser aplicadas.
O paciente e sua família devem
ser orientados a reproduzir em casa os exercícios aprendidos na sessão de
fisioterapia para garantir um melhor prognóstico motor funcional.
Por
hoje é isto!
Espero
que você possa pensar neste assunto e fazer suas considerações deixando um
comentário e compartilhando o post.
Um abraço fisioterapêutico.
Meu amigo, muito bacana o blog e o assunto. Infelizmente, muitos fisioterapeutas ainda não utilizam exercícios de fortalecimento muscular na reabilitação de indivíduos acometidos pelo AVE. Diversos estudos têm demonstrado relação entre força e função, sendo que são necessários níveis diferentes de força de acordo com a complexidade da atividade que se deseja realizar. Além disso, estudos clínicos randomizados têm demonstrado que o aumento da força de alguns grupos musculares leva à melhora no desempenho para a realização de algumas atividades funcionais, como a marcha. Acho que algo importante de se considerar também é que o posicionamento utilizado para o exercício de fortalecimento muscular pode ser condizente com o resultado da avaliação da força muscular com o Teste Muscular Manual, teste mais utilizado na prática clínica para a avaliação desse desfecho. Por fim, sugiro um tópico sobre a avaliação da força muscular, já que novas evidências demonstram o uso de método objetivo e acessível para a avaliação da força muscular em ambientes clínicos. Grande abraço, Lucas.
ResponderExcluirCertíssimo.
ResponderExcluirMUITO BOM
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